Ah, Alexandre de Moraes, o grande guardião da democracia… ou melhor, do que ele decide que é democracia. Quem diria que viveríamos para ver um ministro do Supremo transformado em uma espécie de monarca togado, distribuindo censura como se fosse confete em desfile de escola de samba.
Agora, tu vives em um Brasil onde não é mais o povo que define o que quer ler, ouvir ou assistir, mas sim a caneta nervosa de um magistrado com pretensões de czar. Afinal, não podemos correr o risco de que algumas opiniões escapem do controle estatal, não é? Imagina só, um jornalista ousando criticar o sistema ou um blogueiro dizendo algo que incomoda! Inaceitável! Bloqueia logo as redes sociais deles e pronto.
E assim, a Revista Timeline, o jornalista Luís Ernesto Lacombe e os blogueiros Allan dos Santos e Max Cardoso entraram na lista negra do xerife supremo. X (ex-Twitter), Instagram e YouTube foram notificados, pois parece que até a própria internet precisa andar na linha definida pelo grande inquisidor digital.
Agora me diz, quando foi que viramos a China sem que ninguém percebesse? Censura não era coisa de ditaduras, aquelas que o STF supostamente condena? Pois é, mas aqui, se você usar VPN para acessar conteúdo bloqueado, já sabe: é capaz de o próprio Moraes mandar um drone te localizar e te dar um sermão sobre a democracia, versão STF.
E o mais hilário é que ninguém sabe exatamente o motivo da censura. Simplesmente decidiram que não pode, e pronto. Democracia do sigilo, onde até as decisões do Supremo são tão transparentes quanto uma cortina de chumbo.
O melhor momento dessa tragédia cômica? O X, antiga Twitterlândia, ficou 38 dias fora do ar no Brasil porque ousou desafiar a fúria do nosso pequeno imperador da toga. Isso mesmo! Se não fizerem o que o dono do chicote mandar, ele simplesmente manda desligar a luz e trancar a porta. Tão democrático quanto uma prisão soviética nos tempos de Stalin.
E não esqueçamos do grande detalhe: Allan dos Santos está foragido. Sabe por quê? Não porque roubou dinheiro público, não porque está envolvido em escândalos de corrupção, mas porque – pasmem – falou o que não devia na opinião do todo-poderoso da Suprema Censura.
No fim das contas, o que temos? Um país onde não se pode mais criticar ministros do Supremo, onde redes sociais são fechadas por birra judicial, e onde jornalistas precisam se esconder para continuar trabalhando. Mas claro, é tudo para proteger a democracia, certo?
Que bela ironia. Alexandre de Moraes, o homem que jurou defender a Constituição, mas parece mais interessado em reescrevê-la com seu próprio punho. O Brasil assiste, pasmo, enquanto a liberdade de expressão vai sendo triturada, e o povo, sem entender muito bem o que está acontecendo, continua achando que isso tudo é pelo bem do país. Boa sorte, Brasil. Vais precisar.
Com informações Folha de S.Paulo
