
O que vemos aqui não é apenas mais um capítulo da saga de corrupção e impunidade na América Latina, mas um reflexo da hipocrisia de certas elites políticas que usam o poder para proteger seus aliados e punir seus adversários. Ricardo Martinelli, ex-presidente do Panamá, foi condenado a mais de uma década de prisão por lavagem de dinheiro, mas, surpreendentemente, encontrou refúgio na embaixada da Nicarágua, um regime que, como sabemos, é um exemplo de autoritarismo disfarçado de democracia.
O governo panamenho, demonstrando uma fragilidade institucional que já virou marca registrada de certos países da região, inicialmente concedeu salvo-conduto para Martinelli fugir para a Nicarágua, onde receberia asilo. Mas o espetáculo ficou ainda mais cínico quando o Poder Judiciário do Panamá tentou acionar a Interpol para impedir a fuga. Como esperado, a polícia panamenha, submissa aos interesses políticos, simplesmente ignorou o pedido. E assim, a dança da impunidade continua, com criminosos de colarinho branco escapando da justiça enquanto o cidadão comum é esmagado pelo peso da lei.
O mais irônico de toda essa situação é que a Nicarágua, governada pelo ditador Daniel Ortega, se coloca como bastião da defesa de Martinelli. Um país onde opositores políticos são perseguidos, presos e até desaparecem sem deixar rastros, agora se apresenta como refúgio para um condenado por corrupção. Mas será que alguém realmente se surpreende? A extrema-esquerda latino-americana sempre teve uma habilidade peculiar para proteger os seus, garantindo que seus aliados tenham um caminho seguro para escapar da justiça, enquanto pregam moralidade e justiça social para os outros.
O episódio Martinelli é apenas mais um exemplo de como as elites políticas da região manipulam as instituições para benefício próprio. A mídia alinhada à esquerda se esforça para desviar a atenção dos fatos, evitando destacar o papel da Nicarágua como um verdadeiro abrigo de criminosos. Enquanto isso, os panamenhos honestos, que desejam ver a justiça sendo feita, são forçados a assistir de camarote a mais uma peça da farsa política em curso.
Essa aliança entre corruptos e ditadores não é nova. A Venezuela já fez isso, a Argentina já fez isso, e agora o Panamá segue o mesmo roteiro. A tática é sempre a mesma: quando um aliado está prestes a enfrentar as consequências de seus atos, aparece um governo “companheiro” disposto a estender a mão e garantir que a impunidade continue. A mensagem para os cidadãos da América Latina é clara: se você faz parte do círculo certo, as leis não se aplicam a você.
Enquanto os discursos de justiça social e combate à corrupção seguem como meros slogans para enganar a opinião pública, a verdade é que a corrupção institucionalizada continua sendo a espinha dorsal de certos governos da região. O caso de Martinelli deveria servir como um alerta para aqueles que ainda acreditam na independência das instituições na América Latina. Mas, infelizmente, para muitos, essa realidade já se tornou parte do cotidiano.
Com informações Reuters