A derrocada do Partido Democrata nos Estados Unidos era apenas uma questão de tempo. O silêncio cúmplice e a incapacidade de responder às demandas reais da população americana abriram caminho para o domínio republicano liderado por Donald Trump. Essa é a análise de Paulo Leme, economista com vasta experiência internacional, que não hesita em apontar os responsáveis pela atual crise política que assola os EUA.
O Partido Democrata demonstrou sua fragilidade ao longo de 2024, culminando na retirada de Joe Biden da corrida presidencial em meio ao desastre de um debate contra Trump. A substituição improvisada por Kamala Harris não poderia ter um desfecho diferente: uma derrota acachapante. Como resultado, os republicanos consolidaram o controle da Casa Branca e das duas casas legislativas americanas.
O erro fatal dos democratas foi ignorar os anseios da população. O eleitorado estava insatisfeito com políticas fracassadas, insegurança econômica e uma gestão desastrosa da imigração. No entanto, em vez de oferecer alternativas, o Partido Democrata escolheu a omissão. O silêncio não é neutro. É uma postura.
Para Paulo Leme, essa paralisia política resultou no fortalecimento de Trump e de seu projeto para os Estados Unidos. “Você pode concordar através do silêncio. Ele (o Partido Democrata) não tem que estar vendido, ele tem que estar comprado em alguma ideia”, destacou o economista. Mas os democratas preferiram não se comprometer, deixando o caminho livre para que os republicanos preenchessem o vácuo.
E Trump soube exatamente como ocupar esse espaço. Nos dois primeiros meses de seu novo mandato, implementou medidas polêmicas, mas diretas. E, gostem ou não, ele age. Já os democratas seguem perdidos, incapazes de oferecer respostas concretas.
A degradação da imagem institucional americana
Outro ponto crucial abordado por Leme é o impacto devastador da crise política na imagem dos EUA. O cenário caótico do Congresso americano, com discussões acaloradas e ataques entre parlamentares, reflete a falência da classe política. Para o economista, o comportamento de certos congressistas republicanos pode parecer agressivo, mas o verdadeiro problema está na perda da capacidade de negociação bipartidária, antes um dos pilares da democracia americana.
Ele lembra que, no passado, era possível chegar a um acordo, ainda que imperfeito, pelo bem da população. Hoje, essa habilidade desapareceu, substituída por um embate infantil entre facções que não buscam soluções reais.
Democratas: os verdadeiros culpados pela crise
Se os Estados Unidos enfrentam uma crise política, a culpa recai diretamente sobre os democratas. Incapazes de compreender os desejos da população e responder à crescente insatisfação, eles entregaram de bandeja o controle do país aos republicanos.
A ascensão de Trump e seu domínio político não aconteceram por acaso. Eles foram o resultado direto da apatia democrata, que subestimou a indignação popular. Como Paulo Leme bem resume, a política segue a lei de Gay-Lussac: o espaço disponível será completamente ocupado. Ao se omitirem, os democratas criaram um vácuo que foi preenchido integralmente pelo Partido Republicano.
E agora? Resta aos democratas decidir se continuarão assistindo, em silêncio, ao fortalecimento de Trump ou se, finalmente, terão coragem para enfrentar a nova realidade política americana.
Com informações InfoMoney
