
Ah, Brasil! Sempre nos presenteando com os melhores enredos dignos de uma novela mexicana escrita por um roteirista hiperativo. E agora, a nova trama envolve ninguém menos que Gilberto Kassab, o homem que já foi de tudo um pouco na política – menos coerente. Pois bem, eis que, em um evento badalado para investidores, nosso camaleônico presidente do PSD resolveu soltar o verbo contra ninguém menos que Lula e seu tão eficiente (só que não) ministro da Fazenda, Fernando Haddad. E o que ele disse? Que se a eleição fosse hoje, o PT perderia. Ora, quem diria! Será que o pessoal do Palácio do Planalto já encomendou um caminhão de Rivotril?
É sempre fascinante ver como políticos amam prever o óbvio e fingir que descobriram a pólvora. O Brasil, atualmente, se encontra em um cenário econômico que faz qualquer investidor sério pensar duas vezes antes de deixar suas moedinhas por aqui. E Kassab, do alto de sua sabedoria política e de sua posição nada confortável dentro da base governista, simplesmente resolveu dizer o que todo mundo já sabe: Haddad é fraco e Lula não tem favoritismo garantido para 2026. E olha que ele nem precisou de uma bola de cristal para isso.
Mas não para por aí! Como se estivesse em um episódio de “Game of Thrones”, Kassab aproveitou para lançar farpas e elogios estratégicos. E adivinhe quem ele enalteceu? O governador Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Bolsonaro e queridinho da direita. Segundo Kassab, Tarcísio é um “candidato forte” para 2026, o que significa que o PSD pode estar se preparando para pular do barco governista na primeira oportunidade. Ah, a fidelidade partidária brasileira… uma verdadeira obra de ficção!
E enquanto Kassab brinca de vidente, ele não esconde que quer ser governador de São Paulo. Mas há um pequeno detalhe: os bolsonaristas não engolem Kassab. O motivo? Ele ficou marcado pelo papel de seu partido na CPI da Covid, que infernizou o governo de Jair Bolsonaro. E agora ele quer ser vice de Tarcísio? Pois é, vai ter que combinar isso com os fiéis seguidores do ex-presidente, que ainda veem nele um “infiltrado” do establishment.
Agora, o PSD está naquele famoso “vai ou racha” com o governo Lula. Enquanto tenta manter os ministérios ocupados e os cargos bem aquecidos, Kassab flerta descaradamente com a oposição. A pergunta que não quer calar é: até quando ele vai conseguir manter esse jogo duplo sem cair do cavalo? Porque, sejamos francos, a política brasileira pode até ser um grande teatro, mas até os atores mais experientes perdem o papel quando exageram na atuação.
E o mais interessante? Lula e seus aliados já perceberam que o PSD e o União Brasil estão se distanciando do governo. Como resposta, o petista já começa a reconfigurar seu “núcleo duro” no Congresso, apostando em Republicanos, PP e MDB – porque nada como um bom e velho toma-lá-dá-cá para segurar as pontas. No meio desse tabuleiro, Kassab precisa decidir se segue agarrado à máquina pública ou se se aventura na oposição, correndo o risco de ser rejeitado pelos dois lados.
No fim das contas, o que Kassab realmente quer? Poder, é claro. O problema é que, no Brasil, ninguém consegue ficar muito tempo em cima do muro sem que alguém chegue e dê aquele empurrãozinho estratégico. E se há uma coisa que a política brasileira ensina, é que os indecisos sempre acabam devorados pelos mais audaciosos. Se Kassab continuar jogando nos dois lados, é bem possível que acabe sobrando para ele apenas um papel secundário nessa novela política.
Mas como bem sabemos, a política brasileira sempre tem reviravoltas inesperadas. E quem sabe, lá na frente, Kassab não aparece do lado de Lula de novo, dizendo que nunca duvidou da sua força? Afinal, coerência não é exatamente um requisito para a sobrevivência no nosso querido circo político tropical.
Com informações IstoÉ Dinheiro