
Ah, Lula falou! E quando Lula fala, a imprensa treme, os assessores suam e os marketeiros correm para transformar qualquer frase solta em peça publicitária. “Ele voltou!” – dizem os fiéis seguidores, enquanto a inflação dá risada na cara do consumidor no supermercado. Mas calma, emocionado! Não é todo dia que o chefe decide dar uma entrevista coletiva para admitir, com todas as letras, que seu governo até agora entregou muito menos do que prometeu. Sim, até o presidente das metáforas mirabolantes foi forçado a sair da bolha e reconhecer que o plano genial de encher a economia de dinheiro sem critério gerou uma tempestade inflacionária digna de uma novela mexicana.
Mas veja bem, não se trata de um governo qualquer. Trata-se do “governo popular”! Aquele que, se depender dele, jamais terá “outra medida fiscal nesse país”. Como assim? Depender dele? Parece que alguém esqueceu que contas públicas não se equilibram sozinhas, e que empurrar a responsabilidade para o futuro não apaga a realidade do presente. Mas, veja, não sejamos injustos! Haddad tentou fazer seu trabalho – ou ao menos fingiu bem – com a meta fiscal. Só que essa meta foi cumprida como? Simples: ajustando números, jogando receitas de um ano para o outro e assinando acordos que fazem até o mais esperto dos políticos se sentir um amador.
Enquanto isso, a inflação de alimentos segue firme e forte, sorrindo para os consumidores e tirando o sono de quem depende de um salário mínimo. Mas, calma! O presidente tem uma carta na manga: o “vale-picanha”! Esse é o grande projeto, a jogada de mestre para garantir o sucesso eleitoral. Afinal, no Brasil, prometer comida no prato ainda funciona. Só que tem um pequeno problema: a picanha está cada vez mais cara e o tal vale não cobre nem o cheiro do churrasco. E quem paga o preço? Ora, o povo pobre, que está sentindo na carne – literalmente – o peso da irresponsabilidade econômica.
Mas não subestimem o grande estrategista! Lula conhece a força da cadeira presidencial e sabe que um governo ruim não significa um presidente-candidato fraco. Ele já viu esse filme antes. E o plano é claro: gastar até não poder mais para manter a economia minimamente aquecida até 2026. Depois? Depois se resolve. Rolamos a dívida, aprovamos outra PEC salvadora e pronto! Está garantido mais um capítulo da novela “O Salvador da Democracia”.
O jogo está armado, as cartas estão na mesa e o caminho está aberto. E se alguém ousar questionar essa estratégia, a resposta será sempre a mesma: “Pela democracia!” Porque, no fim das contas, o que importa não é a conta que fica para os brasileiros, mas sim garantir que o projeto de poder siga firme e forte, custe o que custar. E, pelo visto, vai custar caro. Muito caro.
Com informações Estadão