
A cena se repete como um velho roteiro político europeu: um líder francês indignado, um apelo dramático e uma ameaça vazia contra os Estados Unidos. Emmanuel Macron, em mais um de seus surtos de grandiloquência, decidiu ordenar que as empresas francesas suspendam todos os seus investimentos na maior economia do planeta. O motivo? Uma nova taxação global imposta pelo ex-presidente Donald Trump, agora de volta ao poder com o mesmo pragmatismo econômico que sempre caracterizou sua administração. A reação francesa, como de costume, mistura arrogância, vitimismo e um profundo desconhecimento da realidade econômica global.
O presidente francês, em tom teatral, argumentou que a economia americana e os próprios cidadãos dos EUA sairão “mais fracos e pobres” com a medida de Trump. A ironia dessa declaração salta aos olhos. A França, atolada em uma crise econômica persistente, vê sua competitividade minguar ano após ano, sufocada por um Estado inchado, um mercado de trabalho engessado e políticas socialistas que desencorajam o empreendedorismo. Enquanto isso, os Estados Unidos, sob a administração Trump, recuperam seu dinamismo econômico, atraindo investimentos e fortalecendo sua indústria. Mas, claro, para Macron, o problema não é a ineficiência francesa, mas a audácia americana de proteger seus interesses.
Não é a primeira vez que Macron tenta assumir a posição de líder moral e econômico da União Europeia. Sua retórica já virou um espetáculo previsível: criticar os EUA, propor respostas conjuntas europeias (que nunca saem do papel) e, no final, nada mudar. A verdade é que a França depende dos Estados Unidos mais do que quer admitir. Empresas francesas de tecnologia, luxo, automobilismo e energia têm uma presença significativa no mercado americano. Dificilmente abrirão mão dos lucros e das oportunidades que encontram no país de Trump apenas para satisfazer o ego presidencial de Macron.
Macron pede que empresas francesas suspendam todos os seus investimentos nos EUA:
— Brasil Paralelo (@brasilparalelo) April 3, 2025
Presidente francês cobrou uma resposta conjunta europeia à taxação global imposta por Trump:
“A economia americana e os americanos sairão mais fracos e pobres”, afirmou. pic.twitter.com/77agSmo9TX
A postura do governo francês escancara um dos problemas estruturais da União Europeia: sua incapacidade de agir de forma pragmática no cenário global. Enquanto os EUA tomam medidas concretas para proteger sua economia, a Europa se afunda em discussões burocráticas, consensos impossíveis e respostas ineficazes. O bloco europeu já perdeu protagonismo econômico e industrial para os Estados Unidos e a China, e, com líderes como Macron, a tendência é que essa decadência se acelere.
Além disso, há um aspecto cômico nessa tentativa de retaliação econômica francesa. A França, cuja economia representa pouco mais de 3% do PIB mundial, acha que pode impactar significativamente os EUA, que detêm quase 25% da economia global. As empresas francesas que decidirem cortar investimentos nos Estados Unidos logo perceberão que seus concorrentes alemães, britânicos e asiáticos ocuparão rapidamente o espaço deixado. Em outras palavras, Macron está pedindo que seus empresários abram mão de mercados lucrativos em favor de uma estratégia política condenada ao fracasso.
Enquanto isso, Donald Trump segue firme em sua postura nacionalista e pragmática. Ele sabe que os interesses americanos vêm antes de qualquer consideração sentimental sobre “cooperação global” ou “solidariedade europeia”. Sua abordagem é simples e eficaz: os EUA continuarão sendo o melhor destino para investimentos estrangeiros porque oferecem segurança jurídica, inovação e um ambiente favorável ao crescimento econômico. Se Macron quer insistir em uma birra geopolítica, problema dele. O mundo dos negócios, afinal, não se move por discursos inflamados, mas por resultados concretos.
A verdade é que essa medida de Macron é um teatro político para seu eleitorado interno. Enfrentando baixos índices de aprovação e um cenário político conturbado, ele tenta se vender como o defensor dos interesses europeus contra a “agressividade” americana. Mas, no fundo, empresários franceses sabem que essa é uma batalha perdida. No jogo da economia global, a França pode tentar se colocar como adversária dos Estados Unidos, mas nunca conseguirá se igualar em força, inovação e competitividade. E Macron, apesar de seu discurso inflado, sabe disso muito bem.