
O discurso progressista travestido de imparcialidade midiática segue a todo vapor. Agora, com ares de paladino da moralidade, a GloboNews nos brinda com mais uma análise repleta de dramatização ideológica sobre o projeto de anistia em discussão na Câmara dos Deputados. Segundo a “imparcial” analista Natuza Nery, se um projeto de anistia passar, “o resultado é dizer que a Justiça não vale nada”. Mas esperem um pouco… Essa é a mesma imprensa que passou anos defendendo anistias seletivas para aqueles alinhados com sua cartilha ideológica.
O problema não é a anistia em si, mas sim para quem ela se destina. Quando se trata de perdoar atos praticados pela esquerda, como aqueles que depredaram patrimônio em protestos do MST ou do PSOL, a narrativa é outra. Mas quando o assunto envolve os manifestantes de 8 de janeiro, a história muda de figura. Agora, qualquer discussão sobre a dosimetria das penas é vista como uma afronta ao Judiciário e à democracia. A hipocrisia está em seu ápice.
O que está em jogo não é a “desmoralização” da Justiça, como querem fazer parecer. A verdadeira questão aqui é a manipulação das instituições para punir adversários políticos enquanto protegidos do sistema recebem um tapinha nas costas e seguem impunes. Desde quando questionar punições desproporcionais é sinônimo de querer anular a Justiça? Ou o conceito de justiça agora foi substituído pela simples vingança travestida de legalidade?
"Se um projeto de anistia passar, neste momento, o resultado é você dizer que a Justiça não vale nada. A discussão de uma dosimetria não pode ser confundida com a discussão de um perdão total para quem praticou crime. Mas a simples discussão de anistia é desmoralizar o… pic.twitter.com/Gn1HWiUdmG
— GloboNews (@GloboNews) April 1, 2025
O argumento de que discutir anistia é “jogar fora” o que aconteceu no 8 de janeiro é, no mínimo, falacioso. É possível reconhecer a gravidade do evento e, ao mesmo tempo, questionar os excessos cometidos na persecução jurídica. O verdadeiro “golpismo” é transformar o sistema de Justiça em um mecanismo de repressão seletiva, ignorando o devido processo legal e aplicando penas que não condizem com os atos praticados.
Evidente que há uma tentativa clara de transformar os acontecimentos de 8 de janeiro em um novo “11 de setembro brasileiro”, uma narrativa histórica conveniente para manter um controle absoluto sobre o debate político. Enquanto isso, casos muito mais graves de depredação e desordem pública, como os eventos de 2013 e 2017 promovidos pela esquerda radical, são reduzidos a meras “manifestações democráticas”.
O que Natuza Nery e a GloboNews querem, na verdade, é a continuidade do tribunal de exceção que se instalou no Brasil nos últimos anos. Eles defendem uma Justiça parcial, que serve aos interesses de um grupo e persegue os adversários. O próprio conceito de “democracia” passou a ser moldado conforme a conveniência do discurso progressista: vale tudo para “salvar” o regime, inclusive ignorar princípios básicos de legalidade e proporcionalidade nas penas.
O Brasil não pode se tornar refém de uma mídia militante que escolhe quais fatos devem ser lembrados e quais devem ser esquecidos. A discussão sobre a anistia não é um ataque à democracia. Pelo contrário, faz parte de um debate essencial sobre justiça e equidade no tratamento dos cidadãos. Mas parece que esse tipo de discussão só é aceitável quando beneficia aqueles que carregam a cartilha ideológica da velha imprensa.
Que a sociedade não se deixe enganar por discursos pomposos travestidos de imparcialidade. O que está em jogo é muito maior do que um simples projeto na Câmara: é a própria sobrevivência do Estado de Direito em um país onde a Justiça não pode ser um instrumento de vingança política.