O legado controverso do candidato à presidência da Câmara dos Deputados, Hugo Motta em Patos

Você, como cidadão atento, já deve ter ouvido falar de tantas histórias de corrupção e ineficiência no Brasil, mas o caso de Hugo Motta, deputado federal, parece ser um dos

Hugo Motta (foto) já conta com 12 siglas: PL, PT, PP, Republicanos, MDB, Podemos, PDT, PC do B, PV, PSDB, Cidadania e PSB…

Você, como cidadão atento, já deve ter ouvido falar de tantas histórias de corrupção e ineficiência no Brasil, mas o caso de Hugo Motta, deputado federal, parece ser um dos mais reveladores. Desde que iniciou sua trajetória política, ele tem se beneficiado de um sistema que muitos preferem ignorar. Mas, ao olhar para sua cidade natal, Patos, na Paraíba, o que vemos é uma sucessão de promessas não cumpridas, dinheiro público desperdiçado e obras que se arrastam por anos sem saída. E tudo isso com a ajuda de sua família, que tem se perpetuado no poder local, incluindo o pai, Nabor Wanderley, e a avó, Francisca Motta.

Em 2011, quando Hugo Motta era um novato na política, ainda com 22 anos, ele destinou uma emenda de R$ 2 milhões ao orçamento da União para a construção do Teatro Municipal de Patos. O detalhe aqui é que, no auge de sua inocência ou do seu oportunismo, ele parece ter acreditado que poderia enganar a população com um teatro que nunca sairia do papel. Na época, ele e sua família estavam no PMDB – hoje no Republicanos – e seu pai, prefeito da cidade, foi o responsável por administrar a obra. O mais curioso disso tudo é que esses R$ 2 milhões representavam 67% do orçamento total da obra.

Anos se passaram, e, em 2023, o que vemos é um teatro ainda cercado de tapumes, com nada além de promessas e uma população cética, cansada de esperar. A obra foi iniciada em 2013, na gestão de sua avó, Francisca Motta, mas rapidamente se viu paralisada devido a irregularidades e problemas financeiros. Quando a prefeitura de Patos não conseguia pagar as empresas responsáveis pela obra, o teatro foi abandonado. Os próprios trabalhadores envolvidos na construção se envolviam em brigas internas, e o descaso era evidente. E, claro, como é de praxe, o Ministério Público, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União investigaram o caso. No fim, o que aconteceu foi um simples arquivamento de tudo, enquanto a população continuava sem uma resposta.

Motta troca apoio por cargos e poder na disputa pela presidência da Câmara (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

Em um dos mais emblemáticos momentos dessa tragédia de gestão pública, a avó de Hugo foi afastada do cargo de prefeita em 2016, acusada de envolvimento em esquemas de corrupção. Sua filha, Ilanna Mota, foi presa durante uma operação que investigava essas irregularidades, mas logo foi solta e as acusações contra ela foram extintas. Um cenário digno de novela, não? E o que você acha que aconteceu com o Teatro Municipal? A obra continuou paralisada, sem qualquer previsão de conclusão. A ironia é que o próprio governo estadual, sob a liderança do governador João Azevedo, com sua aliança com o prefeito da cidade, tentou retomar a obra, com mais verbas do governo estadual. Mas, apesar de todo esse investimento, nada de concreto foi feito, e o teatro segue como um símbolo do fracasso.

E não é só o Teatro Municipal que ficou à deriva, não. Como se isso não fosse suficiente, Hugo Motta ainda garantiu outras emendas para a construção de equipamentos públicos na cidade, como a Vila Olímpica e o Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), entre 2013 e 2014, com a promessa de que tudo ficaria pronto até as Olimpíadas do Rio de 2016. No entanto, em 2023, tanto a Vila Olímpica quanto o CIE estavam em condições deploráveis, longe de serem concluídos. Hugo Motta, em sua busca por se promover como o grande salvador da pátria, tentou em 2018 garantir mais emendas, mas o que aconteceu foi o mesmo: dinheiro liberado sem fiscalização e obras abandonadas, jogadas ao vento.

E o mais intrigante disso tudo é que, mesmo com todas as falhas evidentes na administração local, Hugo Motta continuou a receber apoio de figuras influentes, como o próprio governador João Azevedo, que se uniu à sua causa para tentar salvar o projeto. O governo da Paraíba teve que intervir várias vezes com convênios e novos investimentos, mas a realidade nunca se alterou. As obras continuaram empacadas, e o povo de Patos seguiu sem nenhum benefício real.

Hugo Motta, o grande “líder” que prometeu um futuro melhor, parece ser mais um personagem em uma longa lista de políticos que usaram o dinheiro público para se beneficiar, enquanto a população continua sofrendo com a falta de infraestrutura e gestão eficiente. Um exemplo disso foi sua emenda de R$ 1 milhão para a construção do Centro de Controle de Zoonoses, prometida em 2017. A obra, mais uma vez, não foi nem sequer iniciada. Quando questionada, a prefeitura de Patos alegou que a construção não era necessária, pois havia uma “baixa demanda”. Ou seja, mais um dinheiro jogado fora.

E, claro, como todo político bem relacionado, Hugo Motta também garantiu recursos para obras de “revitalização” que mais parecem uma tentativa de maquiar o caos. O Canal do Frango, por exemplo, recebeu R$ 27 milhões na primeira etapa de sua drenagem e revitalização. Porém, apesar de algum progresso, a região continua enfrentando os mesmos problemas de alagamento. A promessa de que a população seria beneficiada com melhorias foi desfeita rapidamente.

O que fica claro em toda essa história é o quanto os recursos destinados a Patos, a maior parte deles oriundos de emendas federais, acabam sendo desperdiçados ou desviados para interesses políticos e pessoais. Hugo Motta, como um líder do Centrão com uma base crescente na Câmara, tem se beneficiado de sua posição e das emendas do relator, que, como sabemos, são um prato cheio para a falta de transparência e controle. Desde 2020, Patos recebeu mais de R$ 116 milhões em emendas, mas, como qualquer cidadão pode ver, a maioria dessas obras nunca foi concluída. E, para piorar, esses recursos são frequentemente usados para projetos que falham em cumprir as promessas feitas à população.

Por fim, a questão mais séria sobre essa história é a manipulação da fé pública e a destruição da confiança nas instituições. Hugo Motta e sua família, com todo seu poder político em Patos, não só ignoraram as necessidades reais da cidade, como também se aproveitaram do sistema para consolidar sua posição, sem realmente gerar benefícios para a população. E isso é o que mais se repete no Brasil: políticos que prometem um futuro melhor, mas entregam apenas o abandono, o desperdício de recursos e o fortalecimento do próprio poder.

A verdade é clara. Hugo Motta, seu pai, Nabor Wanderley, e sua avó, Francisca Motta, foram protagonistas de uma gestão política que se utilizou do dinheiro público para garantir mais poder e influência para si mesmos, enquanto Patos continua sem as melhorias que tanto precisa. E, enquanto os cidadãos ficam sem respostas, o dinheiro continua a ser despejado em um ciclo sem fim de promessas quebradas e obras inacabadas. O povo de Patos, como você pode imaginar, está cansado de esperar e assistir a mais um capítulo dessa triste novela da política brasileira.

Com informações Folha de S.Paulo

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