
Ah, o Senado brasileiro! Esse verdadeiro show de horrores onde os bastidores parecem mais uma novela mexicana escrita por um roteirista bêbado. E o mais curioso? No meio desse espetáculo tragicômico, temos uma eleição para a presidência da Casa, com cinco candidatos, cada um mais peculiar que o outro. Agora, senta que lá vem história.
O favorito? Davi Alcolumbre, um sujeito que já foi presidente do Senado entre 2019 e 2021 e agora volta com a moral de quem conseguiu apoio de 10 partidos! Sim, isso mesmo, 10 partidos! Parece até que o Senado virou um grande rodízio de pizza, onde todo mundo come um pedaço e finge que está tudo bem. O homem tem apoio de todo mundo, de Lula a Bolsonaro, passando pelo atual presidente Rodrigo Pacheco. Quer mais zona do que isso? Ele é praticamente o Sílvio Santos da política, jogando aviãozinho de cargos para todo lado e garantindo o carinho da plateia.
Agora, o problema é o voto secreto. Sim, aquele detalhe que permite que o senador diga “tamo junto, irmão” na sua frente e, na hora do voto, enfie a faca nas costas sem o menor pudor. Porque, convenhamos, lealdade no Congresso brasileiro é igual promessa de Ano Novo: todo mundo faz, mas ninguém cumpre.
E os outros candidatos? Bom, Marcos Pontes, o ex-ministro astronauta, decidiu lançar candidatura sem apoio do próprio partido, o PL. Bolsonaro ficou tão feliz com a ousadia que chamou de “lamentável”. O cara quer desengavetar pedidos de impeachment do STF e anistiar os condenados do 8 de janeiro. Ou seja, já chega querendo tocar fogo no circo e dar fósforo de presente para a plateia. Mas sejamos honestos: a chance dele ganhar é a mesma de um brasileiro ser sorteado para ir à Lua.
Temos também Eduardo Girão, do partido Novo. Aquele que defende que finalmente está na hora de um impeachment de ministros do STF. Porque, veja bem, em 200 anos o Senado nunca fez isso. Então, por que não começar agora? Ele quer “amenizar o caos institucional do país”. Só esqueceu de combinar com os russos, ou melhor, com os colegas de plenário, que adoram um bom tapinha nas costas do Supremo Tribunal.
Eis que surge Marcos do Val, que vive em guerra aberta contra Alexandre de Moraes. Ele diz que o ministro tem “problemas mentais” e que é movido pelo “ódio”. Sabe aquela pessoa que briga com todo mundo e depois se pergunta por que ninguém quer andar com ela no recreio? Pois é. O Podemos, seu partido, não o apoia, mas ele segue firme, munido de suas katanas (sim, o cara tem espadas de samurai no gabinete) e um discurso de guerra contra tudo e todos. A única coisa que ele esqueceu foi combinar com o Senado que, para vencer uma eleição, precisa de votos.
Por fim, temos Soraya Thronicke, que mal conta com o apoio do próprio partido. A candidatura dela parece aqueles times pequenos na Libertadores: entra só para cumprir tabela. Ela sabe que não tem chance, mas insiste na narrativa de que há senadores descontentes com Alcolumbre. Mas, sejamos sinceros: senadores descontentes sempre existem, só que na hora H, fazem o que fazem de melhor — vendem o apoio em troca de um cargo quentinho.
E, claro, Lula mandou todo o primeiro escalão do governo correr para votar no Davi Alcolumbre. Afinal, governabilidade no Brasil funciona assim: com uma bela mãozinha para garantir que as engrenagens da máquina política continuem bem lubrificadas.
No fim das contas, a eleição no Senado é mais previsível que final de novela da Globo. Alcolumbre deve levar com folga, os outros farão barulho para manter suas bases mobilizadas, e o Brasil continuará seu ciclo infinito de acordos, traições e reviravoltas dignas de um roteiro do House of Cards tupiniquim. Agora é esperar e ver quem vai rir por último — porque, no Senado, o brasileiro quase nunca é esse sortudo.
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