
Certamente o artigo do jornalista Augusto Nunes, “Revista Oeste” reflete, de forma ousada e crítica, a realidade de um país onde as instituições judiciais, em particular o Supremo Tribunal Federal (STF), têm falhado de maneira alarmante em suas funções. A crítica dirigida a Ricardo Lewandowski, Ministro do STF, traz à tona uma reflexão que vai além da simples análise das ações ou declarações de um político ou jurista. A abordagem aqui proposta é para que o leitor enxergue os meandros dessa crítica como um reflexo de um Brasil que se vê atolado em suas próprias contradições e enfraquecido por falhas nas mais altas esferas do poder. Vamos, então, adentrar o texto com uma análise que reflete o pensamento conservador, sem subterfúgios, sem eufemismos.
Primeiro, a referência feita a Ricardo Lewandowski, que durante seu tempo como Ministro da Justiça e da Segurança Pública teria diagnosticado “pouca saúde e muita saúva” como os maiores problemas do Brasil, é uma crítica direta e sarcástica ao contexto atual da segurança pública e da administração judicial. Essa frase, que retoma uma expressão de Mário de Andrade, é usada de forma a desqualificar a visão de Lewandowski sobre os reais problemas do país. A falta de profundidade e de discernimento ao tratar dos desafios estruturais do Brasil é o que está sendo apontado de forma clara, quase jocosa. A análise conservadora aqui se encaixa bem ao observar que, para resolver problemas tão complexos, não basta apontar superficialidades ou frases de efeito. O Brasil precisa de um Judiciário sério, competente e que compreenda as dinâmicas do crime e da segurança pública de forma mais incisiva.
O ponto central da crítica recai sobre a incapacidade do sistema judiciário em lidar com a criminalidade de forma eficaz. O fato de que “a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar” expõe uma falha grave que não é apenas uma questão técnica, mas moral e ética. A ideia de um Judiciário que “solta” sem considerar as consequências sociais e políticas é uma situação que nos soa quase absurda, mas que, infelizmente, é real no Brasil de hoje. O que se observa é uma absoluta desconexão entre as ações dos policiais, que muitas vezes se veem desamparados, e as decisões do Judiciário, que parecem se distanciar cada vez mais das necessidades do povo. Esse distanciamento se reflete em decisões que parecem mais atender a interesses pessoais ou políticos do que ao bem-estar coletivo.
E aqui entra a crítica mais pesada, que se estende ao próprio comportamento dos ministros do Supremo Tribunal Federal. O texto menciona que as declarações de Lewandowski e sua tentativa de “consertar o estrago” com um comunicado não fizeram mais do que evidenciar suas falhas. Ao contrário de uma postura assertiva que busque resolver os problemas, a reação de Lewandowski é descrita como uma tentativa frustrada de tapar o sol com a peneira. Isso, no fundo, mostra a falta de compromisso do STF com a justiça real e com os interesses do cidadão comum. A crítica vai além da pessoa de Lewandowski e se dirige a todo um sistema judiciário que, em vez de buscar a justiça de forma imparcial, acaba por se submeter a um jogo político que descredibiliza suas decisões.
O estilo do texto é irreverente e, por vezes, até irreverente, como se fosse um protesto contra a forma como os tribunais superiores têm agido no Brasil. A crítica é afiada, direcionada não apenas a Lewandowski, mas ao STF como um todo. O termo “superjuízes togados” é uma alusão a uma classe que se acha acima das leis e das consequências de suas ações, o que enfraquece ainda mais a confiança do povo nas instituições judiciais. O sistema judiciário deveria ser um pilar de estabilidade e justiça. No entanto, muitas vezes, parece mais um terreno fértil para interesses escusos e decisões descoladas da realidade da população.
A crítica à forma como o STF tem lidado com a criminalidade é legítima e merece nossa reflexão. Quando a sociedade sente que a justiça está sendo feita de maneira desigual, que as leis não são aplicadas de forma coerente, e que aqueles que cometem crimes graves frequentemente não enfrentam as consequências que merecem, o sentimento de impotência e revolta se espalha. A postura do Judiciário, ao parecer desconsiderar a gravidade da criminalidade, não apenas enfraquece o sistema de justiça, mas também desmotiva os cidadãos em sua confiança nas instituições.
E como não poderia faltar, o texto também tece críticas pesadas à linguagem do ministro, que se vê, aliás, como alguém que tem dificuldade em se expressar de forma clara e precisa. A menção à “tortura do idioma” não é apenas uma piada sobre o uso impróprio da linguagem, mas uma metáfora para o que seria, em última instância, a manipulação das palavras de maneira que as verdades que nos são ditas se tornam confusas e distorcidas. Quando um ministro de alto escalão não consegue se comunicar de maneira simples e objetiva, isso reflete, inevitavelmente, na forma como suas decisões são compreendidas e, mais importante, executadas. Em um momento em que o Brasil passa por tantas crises, a clareza e a precisão na comunicação são essenciais. O que falta, muitas vezes, não é inteligência, mas a disposição para agir com seriedade e responsabilidade.
É importante que, ao refletirmos sobre esse contexto, consideremos a visão conservadora de um Brasil em que o respeito à ordem, à tradição e à moralidade seja um dos pilares que sustentam nossas instituições. O Brasil precisa de um Judiciário que entenda sua função social, que seja sensível às necessidades do povo e que aja com firmeza quando necessário. Não podemos permitir que a fragilidade do sistema de justiça se torne uma desculpa para a desordem e para a sensação de insegurança que, infelizmente, muitos brasileiros vivem todos os dias. O conservadorismo, em sua essência, é sobre a preservação da ordem e da justiça, não apenas em palavras, mas em ações concretas.
No fim, o que fica claro ao analisarmos esse texto da “Revista Oeste” é que a nossa Justiça está em uma encruzilhada. Um país que se vê desamparado diante do caos social não pode se dar ao luxo de ter um sistema judiciário que falha repetidamente. O texto não apenas critica um ministro ou um tribunal, mas, de forma mais ampla, nos chama a refletir sobre o rumo que estamos tomando como sociedade. Não podemos mais tolerar que erros e falhas sejam escondidos por trás de desculpas esfarrapadas. O Brasil precisa, urgentemente, de uma verdadeira reforma no Judiciário, que seja capaz de devolver a confiança ao povo e garantir a aplicação justa da lei, sem subterfúgios. Só assim, poderemos voltar a acreditar em um sistema que defenda de fato a justiça para todos, sem exceção.
Com informações Revista Oeste